Montando Partições No Fstab

Started by mrx, 09 de February , 2007, 04:08:33 PM

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Montando partições no fstab

Autor: Jean Carlos O. Guandalini

 Olá pessoal, vou falar um pouco sobre o arquivo fstab (/etc/fstab). É     através desse arquivo que são montadas as partições     para que o Gnu/Linux inicie corretamente, pois sem ele não teria como     iniciar o sistema. O fstab também serve para montar outras partições     com outros sistemas de arquivos, facilitando para você não precisar     montar aquela sua partição windows toda vez que ligar o computador,     e através dele também são montados os dispositivos(cd-rom,     dvd, floppy...). Este documento se baseia no manual do fstab(man fstab) e do     manual do mount(man mount).
      Então vamos lá.
  Abaixo temos um exemplo de um arquivo /etc/fstab:

    Device - Moint Point - File System - Option

    /dev/hda4       /                      ext3                  default 1 1

    /dev/hda5      /var                  ext3                  default 1 2

    /dev/hda6      swap               swap                 default 0 0

    /dev/hdb       /mnt/cdrom       Iso9660             defaults, noauto, user 0 0

    /dev/fd0        /mnt/floppy       auto                  defaults, no auto,  user 0 0

    /dev/hda2     /mnt/win            vfat                   noexec,uid=100,gid=100 0 0

    none            /proc                proc                  defaults 0 0     
O modelo do arquivo fstab é assim:
    [dispositivo] [ponto de montagem] [sistema de arquivos] [opções]     [opção para o dump] [opção para o fsck]

    dispositivo:
    Nesse campo é colocado o dispositivo a ser montado ou um sistema de arquivos     remoto. Para montagens NFS deve ser colocado :,     exemplo: dark.dark.net:/home/minhapasta. Para procfs, use somente 'proc'. No     exemplo acima a primeira linha monta o dispositivo hda4.

  ponto de montagem:
    Ele identifica em qual pasta será montada a partição, para     partições swap esse campo deve ser especificado como 'swap', se     o nome do ponto de montagem contiver espaços, estes podem ser representados     por '\040'. No nosso exemplo na primeira linha coloquei a pasta raiz do Gnu/linux,     já na segunda linha identifiquei como a pasta /var que seria montado     no sistema.

    sistema de arquivos:
    Nesse campo você descreve qual o sistema de arquivo. Atualmente os seguintes     tipos de sistemas de arquivos são suportados - consulte /proc/filesystems     para saber quais sistemas de arquivos são suportados pelo seu kernel:
    adfs, affs, autofs, coda, coherent, cramfs, devpts, efs, ext2, ext3, hfs, hpfs,     iso9660, jfs, minix, msdos, ncpfs, nfs, ntfs, proc, qnx4, reiserfs, romfs, smbfs,     sysv, tmpfs, udf, ufs, umsdos, vfat, xenix, xfs.

  opções:
    Segue abaixo explicação de algumas das opções disponàveis     no fstab:

    noauto: Essa opção faz com que o dispositivo não     montado automaticamente durante o boot, é a opção que deve     ser usada para disquetes e cd-roms no fstab, pois senão o Gnu/Linux iria     tentar monta-los mesmo que não tivessem discos neles.

  user: Essa opção é ótima também para     discos removàveis, ela permite que qualquer usuário possa montar     esse dispositivo.

    noexec: Essa opção é muito útil para quando     montamos partições windows, pois ele não gerencia os arquivos     com permissões como no Gnu/Linux, com isso os arquivos ficam todos como     executáveis, se você clicar em cima de um arquivo mp3, usando o     konqueror por exemplo, ele vai tentar "executar" o arquivo é     claro que sem funcionar, usando essa opção você faz com     que isso não ocorra.
     
    uid: Essa opção também é útil quando     se monta partições FAT, pois elas não trabalham com permissões     de arquivo, assim todas as partições que forem montadas estarão     com o dono dos arquivos seja o root. Assim você com um usuário     normal não poderia ter total controle desse diretório, com essa     opção você pode mudar o dono do arquivo usando o uid dele     que pode ser encontrado no arquivo /etc/passwd:

    jean:x:144:200::/home/jean:/bin/false

  Nesse exemplo o uid do usuário jean seria 144.

  gid: Com essa opção você pode mudar o grupo do diretório,     na verdade é a mesma função da opção acima,     só que faz isso com o grupo.

    jean:x:144:200::/home/jean:/bin/false

  Nesse exemplo o gid do usuário jean é 200.

  umask: serve para indicar quais serão as permissões dos     arquivos, já que os sistemas Fat e derivados não tem sistema de     permissões. O padrão é a mascára do processo atual.     O valor é dado em formato octal. O padrão geralmente é     representado por 022, ou seja, bit 'w'(permissão de escrita) apenas para     o dono.

    Abaixo uma explicação para os valores de umask(fonte www.conectiva.com.br):
    A umask funciona retirando permissões, ou seja, a permissão padrão     do sistema seria 666, mas com um valor de 022, no caso do superusuário,     teràamos 644 (666-022=644), o que significa que quando um arquivo for     criado pelo superusuário ele vai ter suas permissões inicias em     -rw-r-r--, permitindo escrita e leitura para o dono do arquivo e somente leitura     ao grupo ao qual ele pertence e para os demais usuários do sistema. Já     no caso dos usuários comuns do sistema, todo arquivo iniciará     sua vida com permissões 664 (666-002=664), o que significa leitura e     escrita para o dono e para o grupo (no formato absoluto será -rw-rw-r--)     e aos outros usuários do sistema permite apenas leitura.

    ro: O dispositivo será montado somente para leitura

  rw: Monta o sistema de arquivos com permissão de leitura e gravação.

  exec: Permite a execução de binários.

  suid: Permite o uso dos bits de configuração de identificação     do usuário e do grupo.

    dev: Interpreta dispositivos especiais de blocos ou caracteres no sistema     de arquivos.

  defaults: Usa as opções padrão: rw, suid, dev,     exec, auto, nouser, e async.

  opção para o dump:
    Essa opção é usada pelo comando dump para determinar quais     sistemas de arquivos precisam ser copiados, caso não tenha sido escrito     nada nesse quinto campo o valor dele será considerado zero, e o dump     assumirá que esse sistema de arquivos não precisa ser copiado.

    opção para o fsck:
    Nesse campo você deve colocar a ordem em que os sistemas de arquivos serão     verificados durante o boot. A partição raiz ( / ), sempre como     1, e os outros sistemas de arquivos devem ter esse campo a partir de 2 fazendo     seqüência de acordo com o número de partições     que você quiser montar. Sistemas de arquivos em um mesmo dispositivo,     serão verificados seqüencialmente, e sistemas de arquivos em dispositivos     diferentes, serão verificados ao mesmo tempo para utilizar o paralelismo     disponàvel com o hardware. Caso esse campo não exista ou esteja     com o valor 0 o fsck não irá checar essa partição     ao inicializar o Gnu/Linux.

    Mais informações sobre essa opções podem ser encontradas     com o comando "man mount" ou "man fstab", aqui eu somente     coloquei as que julguei mais importantes. Na primeira linha do exemplo você     puderam ver que esta com as opções default do sistema, já     na linha onde montei o cd-rom utilizei das opções noauto, defaults     e user, fazendo com que fique da melhor maneira para trabalhar, é claro     que essas opções ficam a seu critério, e suas necessidades.

      Vou passar aqui para vocês alguns exemplos usando o comando       mount. (Colaboração: Andrei Drusian )
    Montando disquete formatado em FAT
    # mount -t vfat /dev/fd0 /mnt/floopy
   
    Montando o Cdrom

      # mount -t iso9660 /dev/hdX /mnt/cdrom
   
    Montando partição Windows FAT

    # mount -t vfat /dev/hdaX /mnt/win
   
    Montando partição Windows NTFS
      # mount -t ntfs /dev/hdaX /mnt/win
   
    Montando compartilhamento remoto Windows/SMB
    # mount -t smbfs //192.168.0.1/dados /mnt/smb -o username=xxx
   
    Montando compartilhamento remoto NFS
    # mount -t nfs 192.168.0.1:/dados /mnt/nfs
     
    Montando uma partição do FreeBSD
    # mount -t ufs -o ufstype=44bsd /dev/hdaX /mnt/bsd/

  Montando uma partição windows com problemas na exibição     de caracteres
   
Um problema muito comum é quando montamos uma partição     FAT, existe o problema com a exibição de caracteres (ç,ã,á,é,à...).     Uma maneira de resolver isso é usando as seguintes opções     no fstab ou mesmo no mount:

    iocharset=iso8859-1
    codepage=850

  exemplo de linha no fstab:
    /dev/hdaX /mnt/win vfat noexec,uid=100,gid=100,iocharset=iso8859-1,codepage=850     0 0
   
    exemplo de mount:
     
# mount -t vfat -o codepage=850,iocharset=iso8859-1,noexec     /dev/hdaX /mnt/win

  Esses exemplos foram somente para explicar a função da iocharset     e codepage, as outras opções foram somente demonstrativas, ficando     ao seu critério quais opções usar nas maneiras de montar     o dispositivo.


Voltando a ativa. ;P